Sócios do Boi Bumbá Garantido desaprovam as contas de Telo Pinto
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| A assembleia aconteceu na manhã de domingo, 24 de agosto |
Os sócios do boi Garantido
desaprovaram em assembleia geral a prestação de contas da Associação Folclórica
Boi bumbá Garantido referentes a movimentação financeira de agosto de 2013 e a
junho de 2014, da administração do presidente Telo Pinto. A assembleia
aconteceu na manhã de domingo, 24 de agosto, no curral Lindolfo Monteverde da
Cidade Garantido, em Parintins e foi presidida pelo sócio e promotor de justiça
David Gerônimo e composta pelo presidente Telo Pinto, os conselheiros fiscais
Paulo Neves, Augusto Leal e David Ferreira.
De acordo com o parecer técnico do
Conselho Fiscal, que indicava a desaprovação das contas, após examinar e emitir
parecer sobre prestação de contas e ao balanço consolidado anual da diretoria
encaminhado para a assembleia geral e após análise das documentações
apresentadas pela diretoria o Conselho verificou que em 2014 o Garantido teve
uma receita de R$ 9.907.223,82 (nove milhões, novecentos e sete mil, duzentos e
vinte e três reais e oitenta e dois centavos), sendo que não consta a receita
das contribuições dos associados, somente de patrocinadores.
O Conselho Fiscal constatou ainda que
o boi Garantido tem por receber de patrocínio da temporada folclórica de 2014 o
montante de R$ 779.654,54 (setecentos e setenta e nove mil, seiscentos e
cinquenta e quatro mil e cinquenta e quatro reais). A diretoria do boi teria
pago em 2014 o total de R$ 1.411. 232, 11 (um milhão, quatrocentos e onze mil,
duzentos e trinta e dois reis e onze centavos), sendo que o bumbá ainda tem uma
dívida referente a 2014 de R$ 1.627.854,58 (um milhão, seiscentos e vinte e
sete mil, oitocentos e cinquenta e quatro reais e cinquenta e oito
reais). “Consta como dívidas de anos anteriores R$ 1.391.024,11”, disse o
conselheiro David Ferreira de Souza, no ato da apresentação do parecer.
Dívidas de ordem trabalhistas e
tributárias iniciadas em 1980, as quais tramitam na Justiça do Trabalho e
Fazenda Nacional, chegando ao montante R$ 4.146.872,84, porém muitas dessas
dívidas foram arquivadas por se tratar de improcedentes, outras houve acordos
entre 2011 e 2014, que resultaram em redução de valor para R$ 1.436.963, 80,
tendo um valor a pagar de R$ 389.736,14.
O parecer apresentou ainda em seu
conteúdo o pagamento em 2014 de R$ 10 mil de processos que correm nas três
varas de Parintins, Juizado Especial Civil e Criminal. Na segunda vara está em
execução o valor de R$ 2.902.160,56 em favor de Jaqueline Marques Soares, do
ano de 1994, R$ 200.839,74 em favor de Márcio Azevedo da Silva do ano de 2009,
R$ 428.135, 87 em favor de José Augusto Ribeiro Farias do ano de 1997.
Na terceira vara está em execução o
montante de R$ 11.222.776,26 em favor da União do ano de 2001. O Conselho
Fiscal constatou ainda um empréstimo a terceiros, pessoa física, de R$
124.000,00 sem a anuência da assembleia geral.
O Conselho Fiscal explicou que com
relação do relatório e documentação apresentado pela diretoria financeira foram
feitas as seguintes observações: houve o pagamento de trabalhadores sem o
recolhimento da contribuição do INSS, apesar de haver a retenção e não haver a
retenção do imposto de renda. No mês de abril de 2014 houve uma transferência
de valores para uma conta não identificada no valor de R$ 91.804,20 sem a
correspondente apresentação de nota fiscal ou fatura do recibo. Observou-se o
pagamento a fornecedor mediante documento fiscal emitido fora do prazo para a
emissão.
O conselheiro David Ferreira disse
que o parecer foi baseado no fato da diretoria haver descumprido o Estatuto da
entidade, ao observar que houve uma considerável entrada de receita, que não
apresentou planejamento orçamentário, conforme diz o Estatuto. “Este Conselho
resolve desaprovar as contas apresentadas por esta diretoria”, finalizou o
conselheiro.
Diretoria
O presidente Telo Pinto afirmou haver
falhas em sua gestão, principalmente na questão dos relatórios e disse que são
muitas as dificuldades enfrentadas na agremiação, como na Justiça entre os
quais os pagamentos de contas que, às vezes levam até a desorganização. “A
gente procurou, ao longo desse tempo, fazer as coisas acontecerem e buscamos
honrar os nossos compromissos”, assegurou Telo. Ele disse que a próxima
diretoria que assumir o bumbá terá muitos problemas judiciais que se arrastam
há mais de 20 anos. “São muitas ações judiciais de 18 a 20 anos atrás movidas
contra o Garantido e a pessoa que for administrar o boi vai ter essa
dificuldade”, disse.
Telo Pinto explicou que a
contribuição dos sócios com o pagamento de mensalidade a agremiação recebeu em
um ano apenas R$ 57 mil. “E o acumulado de contribuições que o boi teria a
receber ultrapassa R$ 1 milhão”, frisou.
Texto e fotos: Marcondes Maciel



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