MPF pede ao TRE reforço federal para o Amazonas nas eleições em outubro de 2014
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| Doze municípios enviaram pedido de reforço na segurança para o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas |
O Ministério Público Federal (MPF) quer que a Justiça Eleitoral antecipe
a vinda de tropas federais para reforçar a segurança nas eleições, em Manaus. O
MPF deu entrada no pedido de antecipação do envio ontem, no Tribunal Regional
Eleitoral do Amazonas (TRE-AM).
Segundo informações da
assessoria de comunicação do MPF, recentes incidentes em Manaus, ligados à
campanha eleitoral, motivaram o órgão a pedir o reforço no sistema de Segurança
Pública da capital amazonense antes do previsto.
Na terça-feira, um sargento
da Polícia Militar do Amazonas (PM-AM), que fazia o transporte de dinheiro da
campanha do candidato ao governo Marco Antônio Chico Preto, foi assassinado com
três tiros, em frente à sede do partido do político, o PMN. Os assaltantes
fugiram levando uma bolsa que estava com a vítima (Leia Boxe).
Na quarta-feira, grupos de
cabos eleitorais dos candidatos ao governo Eduardo Braga (PMDB) e José Melo
(Pros) se desentenderam durante disputa por pontos de propaganda eleitoral nas
ruas de Manaus. O caso foi parar na sede da Polícia Federal, na zona
Centro-Oeste.
Em meio à confusão, a
polícia apreendeu uma arma que estava no interior do veículo do advogado Acram
Isper Júnior, simpatizante da campanha de Braga. Dois cabos eleitorais da
coligação “Fazendo mais por nossa gente”, do governador José Melo, foram
levados para assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), na PF.
Acram Júnior foi conduzido
ao 12º Distrito Integrado de Polícia (DIP), segundo informações da Secretaria
de Segurança Pública (SSP), onde teria assinado um flagrante por porte ilegal
de arma de fogo. Em seguida, foi liberado.
Dentro do sistema de
Segurança Pública, o clima não é dos melhores. O comandante da PM-AM, coronel
Almir David foi exonerado do cargo na quarta-feira. A corporação vive uma crise
no alto escalão. Em cinco dias, dois comandantes de alta patente entregaram os
cargos.
De acordo com a assessoria
do MPF, além desses, outros incidentes ligados a disputas políticas em Manaus
motivaram o órgão a pedir a antecipação do reforço de tropas federais. Cabe ao
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovar ou não o envio das tropas para a
capital.
Segundo o TSE, o tribunal
analisa os pedidos de requisição de força federal com base nas informações
encaminhadas pelos TREs sobre a necessidade do auxílio de tropas federais em
determinadas localidades para assegurar a ordem pública.
De acordo com o TSE, todos
os pedidos são submetidos à manifestação prévia do governador do Estado, que
deve informar se concorda ou não com o envio das forças federais. Com base
nesse conjunto de dados, o Tribunal decide.
MPF
assume caso
Após reunião entre os
procuradores regionais eleitorais do Ministério Público Federal (MPF), ontem à
tarde, o órgão decidiu que é ele que vai investigar se houve conduta ilícita do
candidato a governador do Amazonas, deputado estadual Chico Preto, em utilizar
os serviços do sargento José Cláudio da Silva, 46, morto na terça-feira. Na
quarta-feira, o promotor do Ministério Público Estadual (MPE), Jorge Wilson,
informou que iria investigar o ocorrido. Agora, o MPE sai do caso, informou
ele, ontem
Cedido pela Casa Militar da
Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM) para supostamente fazer a segurança
do deputado em atividades parlamentares, José Claúdio foi morto em assalto,
quando fazia a segurança da esposa de Chico Preto que transportava dinheiro
utilizado para pagar despesas da campanha do político. A legislação eleitoral
proíbe servidor público trabalhar em campanha eleitoral. Salvo se o servidor ou
empregado estiver licenciado.
O juiz coordenador da
propaganda eleitoral em Manaus, Henrique Veiga, disse, ontem, que já ouviu, nas
ruas, pessoas reclamarem que eram servidores públicos e que estavam sendo
obrigados a fazer campanha. Mas, segundo o magistrado, o TRE-AM só pode apurar
os casos se as denúncias forem formalizadas. “Explicamos que há a necessidade
de que seja formalizada uma denúncia para que o tribunal possa investigar, aí
eles não querem. Nós não vamos partir assim, abstratamente, de uma notícia que
nos chegou no meio da rua”, disse.
Pontos:
Seis municípios pediram reforço
Seis municípios do interior
do Estado do Amazonas já tiveram os pedidos de reforço de apoio de tropas
federais autorizados pelo Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM), são
eles: Tabatinga;Coari;Humaitá;Itacoatiara; São Gabriel da Cachoeira;Boca do
Acre;Canutama (A cidade, localizada na Calha do rio Purus, conta com um efetivo
de apenas 13 policiais militares. O município também possui um histórico de
diversos atos de violência ligados a conflitos políticos partidários, incluindo
ameaças ao juiz do pleito eleitoral).
Elevada
animosidade
O procurador regional
eleitoral substituto do Ministério Público Federal (MPF), Jorge Medeiros,
explicou, ontem, que diante da “elevação da animosidade” e com o intuito de
“assegurar maior normalidade possível no andamento do pleito”, o órgão requereu
o reforço de tropas federais para a capital. A morte do sargento da Polícia
Militar, José Cláudio, na terça-feira, 2, o flagrante por porte ilegal de arma
de fogo do advogado do PMDB, Acram Isper Júnior e ainda, a troca de comando da
Polícia Militar foram alguns dos fatores que contribuíram para que o pedido
fosse realizado, segundo o procurador. “Em pleitos anteriores, quando se
verificou essa situação de elevação da animosidade no processo eleitoral e de
receio de que não seja possível com as forças locais conter eventuais situações
que venham contra o regular andamento do processo eleitoral fez-se essa
requisição”.
Fonte:
acrítica.com


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