Relatos de violência contra a mulher quase triplicam no carnaval
Os relatos de violência contra a mulher quase
triplicaram neste carnaval, em relação ao período equivalente no ano passado.
Um total de 3.174 mulheres telefonou para o Ligue 180 entre 1º e 9 de fevereiro
deste ano, enquanto no feriadão de 2015 foram 1.158.
A pedido
das denunciantes, mais da metade das denúncias foram encaminhadas para
autoridades policiais e Ministério Público. O tipo de violência mais comum foi
a física, relatada em 1.901 casos, seguida pela psicológica, com 279. Também
foram registradas queixas de cárcere privado, violência moral, violência
sexual, violência patrimonial e tráfico de pessoas.
Embora o
cárcere privado não seja a denúncia mais comum, o aumento deste tipo de
violência no carnaval deste ano, se comparado a 2015, é alarmante: 1.113%.
Todos os outros tipos de violência também tiveram crescimento. As queixas de
violência física e moral, por exemplo, mais que dobraram - e o número de
agressões sexuais foi 147% maior.
Denunciantes
de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Bahia foram as
que mais utilizaram o serviço telefônico gratuito, principal porta de acesso
aos serviços que integram a rede nacional de enfrentamento à violência contra a
mulher, sob amparo da Lei Maria da Penha. Os cinco Estados correspondem a 60%
do total de denúncias ao Ligue 180.
De acordo
com pesquisa feita pelo instituto Data Popular divulgada dia 6 de fevereiro,
61% dos homens acham que mulher solteira que pula carnaval não pode reclamar de
cantadas e 49% deles creem que os festejos de rua não são lugares para
"mulheres direitas". Foram ouvidos 3,5 mil brasileiros maiores de 16
anos, em 146 municípios. "É uma naturalização do machismo", diz o
presidente do Data Popular, Renato Meirelles, lembrando que trata-se de assédio
qualquer tipo de abordagem com a qual a mulher não concorde.
Reprodução: D24am.com


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