Estatísticas da PM apontam acidentes de trânsito com maior número de atendimentos

Embora ainda não tenha sido divulgada oficialmente a Estatística Geral das Ocorrências em 2016, o consolidado do Comando do 11º Batalhão de Polícia Militar (11º BPM) aponta que os registros de acidentes de trânsito não superaram os números do ano anterior, mas chamam atenção.

De acordo com os dados preliminares computados até o dia 21 de dezembro de 2016, foram atendidas 2.760 ocorrências de todos os aspectos pelas guarnições policiais e pelo corpo administrativo do Batalhão.

O destaque novamente ficou para os acidentes de trânsito, ao todo, 339 ocorrências. Desse total, 270 acidentes tiveram vítimas lesionadas, 11 acidentes com danos materiais e 11 resultaram em vítimas fatais. Os números são menores os dos últimos quatro anos.

Também no anuário de 2016 da 3ª Companhia Independente de Bombeiros Militar de Parintins (3ª CIBM) apresentados preliminarmente até o mês de novembro, os acidentes de trânsito configuram como os registros mais frequentes atendidos pelos homens da corporação. Do total de 1.167 ocorrências atendidas ano passado pela equipe de resgate da companhia, 233 foram de acidentes com as vítimas lesionadas.

Das infrações graves cometidas a cada segundo por condutores de veículos automotores de pequeno, médio e grande porte nas ruas e avenidas da cidade estão: a alta velocidade, o não uso do capacete, uso do celular, sintômas de embriaguez e menores na direção.

Segundo o comandante da PM, o tenente-coronel Valadares Júnior, esses tipos de crimes de trânsito elevam os números dos acidentes registrados mensalmente nas vias públicas da ilha. 

“A maioria das ocorrências envolve motociclistas, seguido de motoristas de carros de médio e grande porte e conseqüentemente envolvendo condutores de bicicletas e triciclos” explica.

O crescimento populacional de Parintins elevou o número de gargalos, especialmente nas áreas da mobilidade urbana e meios de transportes, alvos de constantes reclamações, obrigando a quem quer trafegar com tranqüilidade buscar alternativas como: aquisição de carros de grande porte.

Apesar do grande número de condutores circulando na cidade, a falta de regularização do sistema de trânsito faz com que as pessoas convivam com a sensação de insegurança. Numa estimativa anterior da Sefaz apontava que na cidade circule aproximadamente 27 mil motocicletas e 2.900 carros de porte médio e grande.

A maioria dos condutores não possui habilitação, principalmente os de motocicletas. Outro ponto observado pelos policiais no momento das abordagens é quanto alguns veículos não terem acessórios como: piscas, retrovisores ou as descargas adulteradas.

Na tentativa de combater os ilícitos de trânsito, a Polícia Militar acaba comprometendo o seu efetivo nas rondas ostensivas, até porque não cabe a PM proceder às fiscalizações, mas ao Município que ainda não dispõe de recursos para organizar o trânsito local.

Embora a população cobre constantemente o ordenamento do trânsito local, resta saber se os próprios munícipes estão preparados para os impactos que o processo vai causar como: medidas corretas de estacionamento, adequação de ruas e avenidas, desobstrução de calçadas para o tráfego de pedestres, circulação de veículos em mão única, sinalizações nos pontos mais cruciais, entre elas, a possível colocação de redutores de velocidades entre outros.

A fiscalização do trânsito aumenta o controle sobre a circulação de veículos, porém é preciso definir qual o melhor modelo de gerenciamento para a cidade de Parintins. De acordo com o Departamento Nacional de Transportes (DENATRAN), a municipalização de trânsito, dependendo do tamanho da cidade, no caso de Parintins com aproximadamente 70 mil habitantes na área urbana pode custar em torno de R$ 5 milhões, dinheiro que a Prefeitura não dispõe.

O DENATRAN aponta que o recurso tem como finalidade a contratação de pelo menos 150 agentes de trânsito, 15 supervisores, aquisição de equipamentos, entre eles, os de sinalização, readequação das vias públicas, calçadas, redutores de velocidade, câmeras de segurança, compra de veículos (01 guincho, 02 viaturas e 06 motocicletas), além da criação da Junta Administrativa de Recursos de Infrações (JARI).

A municipalização do trânsito colabora com a ordem pública, aproxima a administração pública do trânsito das pessoas, garante segurança e diminui a impunidade, mas é preciso que todos, principalmente os condutores e pedestres estejam preparados para as mudanças.

As vítimas de acidentes de trânsito em 2016 foram: Michel Platini Salvador Carneiro, 24, a professora Paula do Carmo Silva Martins, 48, Nelson Nascimento Monteiro, 53, Fátima Cruz Barbosa, 53, moradora do município de Barreirinha, Maria Trindade Ribeiro, 64, Silita Souza Filha, 75, a estudante Katrine Alfaia Ribeiro, 15, Francisco de Assis Lima, 69, José Lopes Ribeiro, 81, o Xagai, o pescador Pedro José Borges Soares, 60, o Palha, e Fabricio Silva, 19.

Texto e Foto: Reproduzido do facebook Fernando Cardoso